As Bem-Aventuranças do Catequista
É uma delícia ser catequista, mesmo em meio a dor,
sofrimento, dúvidas e decepções. Por isso, o catequista precisa ser
declarado Feliz ou Bem-Aventurado:
Bem-aventurado o catequista que se sente chamado,
no fundo do fundo de si mesmo, para essa missão. Foi capaz de ouvir a voz
amorosa de Deus que o convida a ser companheiro na tarefa de construir um mundo
novo.
Bem-aventurado o catequista que se descobre
incompleto e, por isso, se coloca a caminho, em busca de formação, de
reflexões, de conversas, de partilhas de experiências. É capaz de perder noites
de sono, de dedicar dias inteiros a estudar, a ler bons livros, porque sabe que
a educação da fé é uma arte que precisa de muita dedicação.
Bem-aventurado o catequista que se esforça
para participar do seu grupo de catequistas porque acredita que o
trabalho em conjunto é capaz de remover obstáculos e criar coisas novas. Sabe
que a amizade é o encantador tempero da caminhada e da vida.
Bem-aventurado o catequista que mesmo sem recursos
disponíveis aprendeu a ser criativo, sobretudo na arte de ser amigo
dos catequizandos e soube inventar lugares e meios para anunciar a beleza de
ser cristão e viver em comunidade.
Bem-aventurado o teimoso catequista que não
desiste diante de desafios que aparecem na Igreja, na comunidade, no
grupo de catequistas, no trabalho com os catequizandos. É capaz de chorar as
“mágoas”, sem endurecer o coração. Tem o dom de se alegrar imensamente com as
pequeninas conquistas e passos dados.
Bem-aventurado o catequista que descobriu a
internet e as redes sociais como lugar de evangelização. Percebeu que Deus
se revela em todo lugar. Está atento às novas linguagens e tem na música, na
arte, no cinema, na poesia, formas privilegiadas para a transmissão da fé no
mundo de hoje.
Bem-aventurado o catequista que percebeu que
sem a Beleza a experiência cristã e a catequese permanecem incompletas,
porque Deus é Beleza, esplendor e espanto. A educação da fé provoca
a admiração, sobressaltos de infinito, paixão pelo Absoluto, uma inexplicável
emoção que nos derruba nos caminhos de Damasco, que são os de todas as vidas e
nos faz novos e inquietos.
Bem-aventurado o catequista que apaixonado
pela Palavra de Deus, descobriu na experiência de seguir Jesus Cristo a
alegria de viver e anuncia a Fé na Vida. Por isso, procura ser íntegro, justo,
solidário, verdadeiro, de bem com a vida, comprometido com a comunidade de fé.
Bem-aventurados os catequistas que foram e
são capazes de inspirar a caminhada, agregar pessoas, vislumbrar
novos horizontes para a catequese neste país. Souberam prever ou apontar
desafios e saídas em momentos de crise e escuridão. Conseguiram manter acesa a
chama da alegria, apesar dos dramas que surgem no cumprimento da missão.
Não se trata de ser perfeito, mas consciente da sua
imperfeição, o catequista é Feliz porque ama e se deixa surpreender pelo amor
de Deus.
Lucimara Trevizan
Coordenadora da
Comissão de Catequese do Regional Leste 2
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