Antigamente, na
catequese ensinavam-se as Obras de Misericórdia. Hoje em dia quase não se fala
sobre essas obras e o que é pior, quase não se vive, também. As Obras de Misericórdia corporais
são: Dar de comer a quem tem fome; Dar de beber a quem
tem sede; Vestir os nus; Visitar os doentes; Visitar os presos; Acolher
os peregrinos; Enterrar os mortos. Obras
de Misericórdia Espirituais
são: Dar bom conselho; Corrigir os que erram; Ensinar os
ignorantes; Suportar com paciência as fraquezas do próximo; Consolar os
aflitos; Perdoar os que nos ofenderam; Rezar pelos vivos e pelos mortos.
Na descrição do Juízo
Final no evangelho de Mateus Jesus fala das obras de misericórdia corporais: “Então o Rei dirá aos que estão à direita: -
Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a
criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes
de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; doente e me
visitastes; estava na prisão e viestes a mim” ( Mt 25:34-36).
Dentre as obras
corporais uma destaca-se pela sua relevância e simplicidade: visitar os
doentes. Quando estamos doentes, de cama, ficamos fragilizados corporalmente e
espiritualmente. Questionamo-nos onde nos descuidamos da saúde, o porquê dessa
doença, quando já temos tantos problemas financeiros, familiares. E agora uma
doença, gastos com remédios...
Então nos recordamos das
palavras de Cristo: "Se alguém me
quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8:34). A doença é a cruz que Jesus nos dá para segui-lo.
Ao doente cabe aceitar a vontade de Deus, tomar os medicamentos, cuidar para o
restabelecimento da saúde. E os demais católicos, o que pode fazer para ajudar
seu irmão em Cristo, além de rezar por ele?
Visitá-lo! Mas, essa
tarefa de visitar os doentes não é da Pastoral da Saúde? Do padre? Dos
ministros da eucaristia? Não! Não é somente deles, é de todo cristão. Todos têm
o dever de fazer esse apostolado. A começar pelos próprios familiares, os
vizinhos, os agentes de pastoral, de qualquer pastoral ou movimento: RCC – Renovação Carismática Católica, Mãe Peregrina, EJC,
ECC, Catequese, Liturgia, Sobriedade, Batismo, etc. Em todos esses movimentos e
pastorais tem pessoas que podem praticar essa obra de misericórdia.
Que tristeza quando uma
pessoa queixa-se da Igreja Católica, falando: “quando estava doente, ninguém
foi me visitar”. Que tristeza quando um católico que participa de um grupo de
oração reclama que quando estava acamado não foi uma única pessoa da RCC na
casa dele. Que tristeza quando uma comunidade inteira vê um fiel passando mal
na Santa Missa e depois ninguém vai visitá-lo. Que tristeza quando um agente de
um movimento faz uma cirurgia e dentre todos os membros desse movimento ninguém
vai saber como ele está. Que tristeza quando um catequista fica doente e nenhum
de seus catequizandos liga ou envia mensagem por e-mail ou facebook para saber
dele.
Quantos doentes em
nossas paróquias aguardam uma visita, uma palavra de conforto, um simples telefonema.
A correria do dia a dia é grande, para todos. Apesar disso todos encontram
tempo de assistir as novelas, ao jogo de futebol, para jogar baralho, dominó,
passear, mas não tem tempo para visitar um amigo ou familiar que está doente.
Talvez se meditássemos
um pouco nas palavras de Cristo que consta no capítulo 25 do evangelho de
Mateus, lembrássemos que seremos julgados pela fé que vivemos e o amor que
praticamos, pelas nossas obras feitas por amor a Deus. “Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes
meus irmãos mais pequeninos, foi a Mim mesmo que o fizestes” (Mt 25:37-40).
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