terça-feira, 18 de junho de 2013


Alcoolismo

Uma doença que tem solução

Como se diagnostica? Após avaliação clínica do indivíduo pelo médico assistente ou de família, será orientado para uma consulta de alcoologia. Há pacientes que, quando são avaliados, têm dificuldade em relatar os sintomas físicos e psicológicos, porque sofrem já de déficit de memória e não conseguem recordar-se de tudo o que fizeram, ou têm negação para a doença.
 
Quando o paciente admite o problema ligado ao álcool é, normalmente, sinal de melhor adesão ao tratamento.

Quais são as consequências, físicas e mentais, da dependência severa do álcool?

Dependem da duração da dependência e das quantidades de álcool ingeridas. As pessoas com dependência severa do álcool podem padecer de: Desnutrição; Alterações sanguíneas – ao nível dos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas; Esofagites; Gastrites; Úlcera péptica; Pancreatite crônica ou crises de pancreatite aguda; Esteatose hepática; Hepatite alcoólica; Cirrose hepática; Hipertensão arterial (pressão alta); Cardiomiopatia alcoólica; Acidentes vasculares cerebrais (derrames); Alterações endócrinas e metabólicas; Alterações musculoesqueléticas - como a osteoporose; Alterações dermatológicas; Maior prevalência de tuberculose e de infecções bacterianas; Maior prevalência de câncer em todos os órgãos; Síndrome de abstinência; Delirium tremens; Síndrome de Wernicke; Síndrome de Korsakov; Demência alcoólica.

O que é a síndrome da abstinência? É uma consequência da interrupção ou redução súbita do consumo excessivo de álcool. Resulta das alterações que ocorrem no sistema nervoso central pela ativação excessiva do sistema neurovegetativo. 

Quer dizer que não se deve reduzir os consumos ou parar de beber? Não, pode-se e deve-se, mas com ajuda de medicação indicada pelo médico. Esta síndrome caracteriza-se, fundamentalmente, pela ocorrência de ansiedade, irritabilidade, tremores, suores, náuseas, aumento da pulsação cardíaca, taquicardia, insónia, febre, entre outros sintomas.

Em geral, os primeiros sintomas da abstinência ocorrem durante as 24 horas que se seguem à última bebida ingerida. O pico é atingido entre as 36 e as 48 horas depois e, a partir daí, os sintomas começam a decrescer, acabando, em média, ao final de cerca de cinco dias. Nas situações mais severas, o indivíduo pode ter convulsões, alucinações e entrar em delirium tremens.

O que é o delirium tremens? Caracteriza-se por forte agitação, delírios e alucinações extremas (visuais, auditivas e tácteis), podendo, por vezes, ser também acompanhado de febre e convulsões (do tipo da epilepsia). Entre cinco a dez por cento dos alcoólicos que entram no estádio de delirium tremens acabam por falecer.

Como se trata o alcoolismo ou dependência alcoólica? O tipo e a duração do tratamento variam em função do grau de dependência e do estado de saúde geral do doente. Quanto mais cedo o problema do alcoolismo for diagnosticado, maiores são as probabilidades de sucesso do tratamento e da recuperação.
 
Requer-se o uso de medicação, sobretudo na fase aguda de abstinência, e apoio para manutenção dessa abstinência, com vigilância médica, podendo incluir medicamentos que reduzem a vontade de beber, e também psicoterapias estruturadas individuais ou em grupo, movimentos de autoajuda e de antigos bebedores que desempenham um papel fundamental no tratamento e na recuperação dos pacientes com sintomas de dependência do álcool.
 
Há medicamentos para tratar o alcoolismo que são normalmente usados durante os primeiros dias da desintoxicação e que se destinam a ajudar o doente a passar a fase aguda da abstinência do álcool e outros que se destinam a ajudar o doente a manter-se sóbrio e a evitar recaídas.

A participação em programas de recuperação e em grupos de autoajuda também constitui um apoio muito importante para a recuperação e para o bem-estar do alcoólico. Em nossa comunidade paroquial temos dois programas: Pastoral da Sobriedade que funciona as segundas-feiras (20h00) na Capela Matriz de Santa Teresinha e Grupo Esperança Viva (GEV) – ligado a Fazenda da Esperança e que funciona na Capela São Francisco  Xavier toda terça-feira às 20h. 

O alcoolismo ou dependência alcoólica tem cura? Como doença crônica que é não tem cura. A única forma de estar controlado é a manutenção da abstinência. Um alcoólico pode manter-se sóbrio por um longo período de tempo, mas isso não significa necessariamente que esteja curado. O risco de recaída mantém-se. 

 

Fonte: Ministério da Saúde de Portugal.

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