sábado, 10 de março de 2012

"Sobre as tentações", por São João Maria Vianney

Todos nós somos inclinados ao pecado, meus filhos; somos ociosos, gananciosos, dados aos prazeres da carne. Queremos saber tudo, aprender tudo, ver tudo; devemos vigiar nossa mente, nosso coração e nossos sentidos, pois todos estes são portões pelos quais o diabo penetra.

Vejam, ele nos rodeia incessantemente; sua única ocupação neste mundo é procurar companheiros para si. Por toda a nossa vida ele nos preparará armadilhas, tentará fazer-nos ceder às tentações. Devemos, de nossa parte, fazer todo o possível para derrotá-lo e resistir-lhe.

De fato, não podemos nada por nós mesmos, meus filhos, mas podemos tudo com o auxílio do bom Deus; peçamos-lhe em oração para que nos livre do inimigo da nossa salvação, ou para que nos fortifique a fim de lutarmos contra ele. Com o Nome de Jesus derrubaremos os demônios, pô-los-emos para correr. Com este Nome, se ousarem atacar-nos, nossas batalhas serão vitoriosas, e nossas vitórias serão coroas para o Céu, resplendentes de pedras preciosas.

Vejam, meus filhos, o bom Deus não nega coisa alguma ao que se lhe dirige em oração do fundo do coração. A Santa Teresa, estando um dia em oração, e desejosa de ver o bom Deus, Jesus Cristo mostrou suas Divinas mãos aos olhos de sua alma; então, outro dia, estando ela novamente em oração, mostrou-lhe Sua face. Por fim, alguns dias depois, mostrou-lhe a Sua Sagrada Humanidade por inteiro. O bom Deus, que realizou este desejo de Santa Teresa, também atenderá nossas orações. Se lhe pedirmos a graça para resistir às tentações, Ele no-la concederá.

Porque deseja salvar-nos a todos, derramou Seu Sangue por todos nós, morreu por todos nós, está esperando por todos nós no Céu. Será que todos seremos salvos, todos iremos para o Céu? Ai!, meus filhos, sobre isto nada sei, mas tremo quando vejo tantas almas perdidas em nossos dias.

Vejam, elas caem no Inferno como as folhas caem das árvores ao se aproximar o inverno. Nós cairemos como o resto, meus filhos, se não evitarmos as tentações, se, quando não as pudermos evitar, não lutarmos generosamente, com o auxílio do bom Deus - se não invocarmos Seu Nome durante o combate, como Santo Antão no deserto.

A este santo, tendo ele se retirado para um velho sepulcro, veio o demônio para atacá-lo; tentou amedrontá-lo primeiramente com um ruído horrível; até mesmo bateu nele com tanta crueldade que o deixou quase morto, coberto de feridas. "Bem", disse Santo Antão, "aqui estou eu, pronto para lutar de novo; não, tu não serás capaz de separar-me de Jesus Cristo, meu Senhor e meu Deus".

Os espíritos das trevas redobraram os esforços e uivaram gritos assustadores. Santo Antão permaneceu imóvel, porque ele pôs toda a sua confiança em Deus. Seguindo o exemplo deste santo, meus filhos, estejamos sempre prontos para o combate; ponhamos nossa confiança em Deus; jejuemos e rezemos; e o diabo não será capaz de nos separar de Jesus Cristo, nem neste mundo e nem no próximo.



São João Maria Vianney, Instruções Catequéticas,
Explicações e Exortações, Cap. 5.

FONTE: http://www.mundoeclesial.blogspot.com/

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