sábado, 10 de novembro de 2012

Ceia Judaico-Cristã


                  Qual a relação entre a Páscoa judaica e a cristã?



Para começo de conversa, a palavra Páscoa – Pessach, em hebraico –significa passagem. Para os judeus, ela representa a travessia pelo mar Vermelho, quando o povo liderado por Moisés passou da escravidão do Egito para a liberdade na Terra Prometida. “Para os cristãos, ela tem um sentido mais metafísico.

Representa a passagem de Cristo pela morte”, afirma o teólogo Fernando Altmeyer Júnior, da PUC de São Paulo, referindo-se à tradição de que Jesus teria ressuscitado no terceiro dia após a crucificação.

Segundo Altmeyer, a Páscoa cristã recebeu o nome da comemoração judaica porque a Paixão de Cristo aconteceu no início do Pessach – a festa judaica dura sete dias em Israel e oito em outros lugares. A cerimônia conhecida como Última Ceia teria sido um Seder, o tradicional jantar realizado na véspera do início da Páscoa judaica.

Apesar de receberem o mesmo nome, as duas celebrações não ocorrem necessariamente em datas coincidentes. A Páscoa cristã é comemorada no primeiro domingo de lua cheia depois do equinócio de primavera (de outono, no hemisfério sul). Já as comemorações da Páscoa judaica têm início na primeira lua cheia do mesmo equinócio.

O início do Pessach e a Páscoa cristã podem cair no mesmo dia, mas isso dificilmente ocorre. Neste ano, por exemplo, os judeus fazem o Seder no dia 5 de abril, uma segunda-feira. Já os cristãos comemoram a ressurreição de Cristo no dia 11 do mesmo mês.

Segundo a tradição judaica, cada alimento presente numa refeição simboliza uma etapa na trajetória de sair da escravidão:

Maror: pedaço de erva amarga que relembra a amargura e opressão durante o período de escravidão

Haroset: mistura de maçãs raladas, canela, castanhas e vinho que simboliza a argamassa usada pelos trabalhadores judeus escravos no Egito.

Karpas: pedaço de salsa ou aipo que relembra a estação da primavera, a época da Páscoa, e é o símbolo da gratidão para com Deus pela qualidade da terra.

Água salgada: símbolo da amargura que Israel suportou em sua experiência de cativeiro. É usada para mergulhar a salsa.

Matzot: 3 pães sem fermento que representam os patriarcas Abraão, Isaac e Jacó.

Vinho: o vinho relembra a cor do sangue com que os judeus pincelaram os batentes das portas de suas casas para que os primogênitos pudessem sobreviver.


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