sábado, 9 de junho de 2012

Crianças mentalmente debilitadas devem ser batizadas?

PhotobucketEncontrei post muito interessante no blog do Taylor Marshall tratando de um assunto que nunca tinha pensado: a questão do batismo para pessoas mentalmente incapacitadas.

  
 É interessante notar que a Igreja já se preocupava com a inclusão dessas pessoas antes mesmo da oficialização dos Direitos Humanos ou do desenvolvimento da psicologia enquanto ciência.


Infelizmente hoje a facilitação do diagnóstico e a aprovação do aborto em alguns países têm levado essas pessoas a serem descartadas da sociedade. No entanto, a Igreja, mesmo contra a maré, afirma que essas pessoas devem ser acolhidas como filhos de Deus pelo batismo.

Resolvi traduzir o post na certeza de que vocês vão gostar de saber mais sobre sobre essa questão, principalmente no que se refere ao quadro abaixo:

Na pintura acima, A adoração do Cristo menino, de um pintor flamengo desconhecido, você pode ver que uma criança com síndrome de down encontra-se ao lado da Virgem Maria adorando o Cristo menino. Esta pintura do século XVI é a mais antiga e clara representação de Síndrome de Down, registrada em pintura mais de três séculos antes da condição ser formalmente definida por John Langdon Down em 1866.

A pintura evoca uma questão comum sobre o status de pessoas mentalmente debilitadas e sua relação com a Igreja Católica. Será que as crianças mentalmente debilitadas deveriam ser batizadas? Esta questão foi objeto de debate na Igreja primitiva e foi tópico de interesse durante a Idade Média.

Nas Confissões, Santo Agostinho afirmou que as pessoas mentalmente incapazes poderiam e deveriam ser batizadas. Lembrando-se de um amigo que sofreu um lapso em suas faculdades mentais, ele escreveu: “Ele foi batizado quando desenganado de sua recuperação” (Confissões, 4)

São Tomás de Aquino, no século 13, também afirmou que os mentalmente debilitados e as pessoas incapacitadas poderiam ser batizadas. “Alguns são assim desde o nascimento: sem intervalos de lucidez, sem demonstrarem sinais de uso da razão. No que diz respeito a esses, parece que devemos aplicar a mesma decisão tomada para as crianças que são batizadas na Fé da Igreja.”

O argumento de S. Tomás foi igual ao de Santo Agostinho. O batismo de crianças é igual tendo em conta que crianças não possuem a habilidade de pedir o batismo. Costumamos batizar crianças quando essas ainda nem atingiram a idade da razão. Tomamos essa decisão convictos de que essas crianças serão corretamente catequizadas e de que abraçarão a fé católica.
 
É nesse ponto, no entanto, que o batismo de pessoas mentalmente debilitadas difere do batismo das outras crianças. Enquanto destas presume-se o crescimento e acolhimento da fé católica, daquelas não se espera que façam o mesmo explicitamente (Obviamente existem inúmeros exemplos de crianças mentalmente debilitadas e mesmo adultos que não apenas desenvolvem uma rica vida espiritual, como sobressaem-se em virtudes. Algumas até mesmo tornam-se religiosas!)

Mais uma vez, devemos batizar mesmo aqueles bebês que estão morrendo ou em risco de morte, os quais sabemos que não crescerão para abraçar a fé católica. Do mesmo modo é necessário batizar aqueles que não fazem uso das faculdades mentais e que provavelmente nunca farão uso da razão.

São Tomás de Aquino faz uma ressalva para o caso daqueles que uma vez estiveram perfeitamente sãos, mas por alguma fatalidade ficaram debilitados: “Por outro lado, se enquanto sãos eles não apresentaram nenhum desejo de receber o batismo, eles não deverão ser batizados”.

 
Eu acrescentaria que as crianças e adultos mentalmente incapazes irã0, com 100% de certeza, para 0 paraíso. Sem uso da razão eles não podem pecar. Tendo sido lavados do pecado original, eles estão perfeitamente prontos para entrarem no Reino dos Céus, preparado por Cristo seu senhor. A pintura acima revela o respeito que os católicos manifestam por essas crianças especiais.

Santos inocentes, rogai por nós!

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