Ouvimos no Santo Evangelho, as palavras do Senhor Jesus Cristo indicando que cada cristão deve carregar a sua cruz:
Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.
(Mc 8:34).
Ele mesmo carregou Sua cruz .
Ele não só carregou uma pesada cruz de madeira sobre a qual Ele estava prestes a ser crucificado, mas sim Ele suportou uma cruz durante toda a Sua existência terrena!
Sim, pois devemos considerar que o Deus eterno juntou-se à humanidade, e como Deus-homem, viveu entre os homens, compartilhando Sua vida com eles.
Ele então trouxe a esta terra o Seu amor e a Sua misericórdia. Sem julgar ninguém, Ele perdoou a todos, realizando inúmeras obras miraculosas de misericórdia, amor, perdão e cura.
E sempre incessantemente Ele fez brilhar a luz do amor entre os homens, de forma ainda mais intensa do que a ação do ódio satânico desferida contra Ele.
Seus inimigos cerraram fileiras contra Ele, vindo em Sua direção por todos os lados, em última análise, O colocando na cruz.
Como então agora lembramos, o verdadeiro cristão só pode seguir a Cristo apenas se também tomar para si uma cruz, a Santa Cruz.
E esta Santa Cruz é composta de três partes, como foi explicado a nós por São Teófanes o Recluso.
O primeiro aspecto desta cruz é a luta contra o vício do pecado, que só nascerá pelo cultivo do desejo de viver uma vida piedosa e cristã.
Todos os desafios nascem em resposta a isso, pois tal indivíduo percebe como uma verdadeira ruína cair em razão dos hábitos pecaminosos, pois sabe como tais hábitos o dominam e tentam o controlar.
Pois quando essas pessoas por sua luta não cedem aos pecados habituais, um espírito desce sobre eles, os submetendo ao abismo da tentação mais perigosa, a tentação do orgulho.
Todos os desafios nascem em resposta a isso, pois tal indivíduo percebe como uma verdadeira ruína cair em razão dos hábitos pecaminosos, pois sabe como tais hábitos o dominam e tentam o controlar.
E são muitas as vezes que isso ocorre : inicialmente, a alma de um pessoa queima com o ardor de se viver uma vida cristã, mas seus pecados habituais, aqueles aos quais ele já se habituou a cometer, irresistivelmente o atraem, de modo que ele sempre retorne a eles, de novo e novamente.
É por isso que o Bispo Teófanes diz que um homem em um estado de pecado é como uma pessoa que estivesse andando com um cadáver em decomposição amarrado as suas costas.
Tal pessoa se sente vinculada ao cadáver, recusando-se a lançá-lo fora e seguir a diante sem ele. E tal cadáver é a natureza decaída e pecaminosa.
O segundo aspecto da cruz é a luta para suportar todas as provações e tribulações da nossa existência terrena.
Esta é mais comumente conhecido como a cruz de cada um, que inclui todas as dores, doenças, perdas pessoais, e assim por diante.
Aqui temos de afirmar que se uma pessoa é humilde e obediente, aceita todas as tristezas como tendo sido enviadas a ele pela providência de Deus para o seu benefício espiritual.
E se for assim, tal pessoa receberá algo completamente diferente de suas agruras.
E se for assim, tal pessoa receberá algo completamente diferente de suas agruras.
Mas aquele que reclama, se tornando rebelde e indignado, este logo se ve tomado pelo desanimo.
Será apenas deixando as reclamações, por conta de uma verdadeira humildade e submissão, que este homem será capaz de ver cada desafio como vindo diretamente da mão direita do Senhor, e nisso tudo verá de uma forma distinta, como se todas essas provações lhe trouxessem paz , justamente em razão da consciência cristã de que todas as coisas são apenas como devem ser.
Pois O Senhor, o Pai Celeste, não envia uma pedra em vez de pão, de modo que quando Ele nos permite o sofrimento, tais devem ser suportados de uma maneira cristã.
O terceiro aspecto da cruz, ao qual São Teófanes o Recluso fala por experiência própria(pois é sabido que ele foi grande asceta), é aquele relacionado a tentação da elevação, que ataca com força a pessoa que superou a sedução dos pecados habituais, e tal tentação acossa todos os ascetas.

Às vezes, os ascetas se vem derrotados na luta com essas tentações, e nisso são dominados por pensamentos arrogantes.
Devemos então lutar contra tais perigos, não havendo outro dever para alem desse : carregar a nossa cruz, sermos portadores de nossa cruz, pois nosso Senhor não nos reconhecerá como Seus seguidores se não o fizermos. Amém.
Abençoado Metropolita Filareto (Voznesensky).
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