sábado, 15 de novembro de 2014

MEDITAÇÃO: FALAR COM DEUS



A ORAÇÃO DE PETIÇÃO E A MISERICÓRDIA DIVINA

– A nossa confiança na oração de petição tem o seu fundamento na infinita bondade de Deus.

– Recorrer sempre à misericórdia divina.

– A intercessão da Virgem.


I. O SENHOR MOSTROU-NOS de muitas maneiras a necessidade da oração e a alegria com que acolhe as nossas preces. Ele próprio roga ao Pai para nos dar exemplo do que devemos fazer. Deus sabe bem que cada minuto da nossa existência é fruto da sua bondade, que estamos necessitados de tudo, que não temos nada. E, justamente porque nos ama com amor infinito, quer que reconheçamos a nossa dependência, pois a certeza das nossas limitações leva-nos a não nos separarmos um só instante sequer da sua proteção amorosa.

Para nos animar a esta oração de súplica, Jesus quis dar-nos todas as garantias possíveis, ao mesmo tempo que nos mostrava as condições a que devem obedecer sempre as nossas preces. O Evangelho da Missa fala-nos de uma viúva que clamava sem cessar perante um juiz iníquo; este resistia a atendê-la, mas, pela insistência da mulher, acabou por prestar-lhe ouvidos. Deus aparece na parábola em contraste com o juiz.E Deus não fará justiça aos seus escolhidos que clamam a ele dia e noite, e tardará em socorrê-los? Se esse juiz que era injusto e iníquo decidiu finalmente fazer justiça, o que não fará Aquele que é infinitamente bom, justo e misericordioso?

Este é o tema central da parábola: a misericórdia divina ante a indigência dos homens. A atitude do juiz foi desde o princípio de resistência à viúva, mas a de Deus, pelo contrário, é sempre paternal e acolhedora. Por outro lado, as razões que levaram o juiz a atender a viúva eram superficiais e pouco consistentes. Por fim disse de si para si: Ainda que eu não tema a Deus nem respeite os homens, no entanto, visto que esta viúva me importuna, far-lhe-ei justiça, para que não continue a atormentar-me. A “razão” de Deus, pelo contrário, é o seu amor infinito.

Jesus conclui assim a parábola: Prestai atenção ao que diz este juiz iníquo. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos que clamam a ele dia e noite, e tardará em socorrê-los? Santo Agostinho comenta: “Portanto, devem estar bem confiantes os que pedem a Deus com perseverança, porque Ele é a fonte da justiça e da misericórdia”. Se a constância abranda um juiz “capaz de todos os crimes, com quanto maior razão devemos prostrar-nos e rogar ao Pai das misericórdias, que é Deus?”

O amor dos filhos de Deus deve expressar-se na constância e na confiança, pois “se às vezes Deus tarda em dar, encarece os seus dons, mas não os nega. A consecução de algo longamente esperado é mais doce... Pede, busca, insiste. Pedindo e buscando, obténs o crescimento necessário para alcançar o dom. Deus reserva-te o que não te quer dar imediatamente para que aprendas a desejar vivamente as coisas grandes. Portanto, convém orar sempre e não desfalecer”. Não devemos desanimar nunca nas nossas súplicas a Deus.

“Meu Deus, ensina-me a amar! – Meu Deus, ensina-me a orar!” Ambas as coisas coincidem.

II. A ORAÇÃO PERSEVERANTE do justo pode muito. E tem tanto poder porque pedimos em nome de Jesus. Ele encabeça a nossa petição e atua como Mediador diante de Deus Pai; e o Espírito Santo suscita na nossa alma a súplica, quando nem sequer sabemos o que pedir. Quem tem poder de conceder pede conosco para que sejamos atendidos: que maior segurança podemos desejar? Somente a nossa incapacidade de receber limita os dons de Deus. Como quando se vai a uma fonte com um recipiente pequeno ou esburacado.

O Senhor é compassivo e misericordioso com as nossas deficiências e com os nossos males. A Sagrada Escritura mostra-nos com freqüência o Senhor como Deus de misericórdia, e serve-se para isso de expressões comovedoras: Ele tem entranhas de misericórdia e ama com muita misericórdia, como as mães... São Tomás, que insiste freqüentemente em que a onipotência divina resplandece de maneira especial na misericórdia, ensina que ela é em Deus abundante e infinita: “Dizer que alguém é misericordioso – ensina o Santo – é como dizer que tem o coração cheio de misérias, isto é, que ante as misérias alheias experimenta a mesma sensação de tristeza que experimentaria se fossem dele mesmo; por essa razão, esforça-se por remediar a tristeza alheia como se fosse própria, e este é o efeito da misericórdia. Pois bem, não compete a Deus entristecer-se pela miséria de outro; mas remediar as misérias, entendendo por miséria um defeito qualquer, é o que mais compete a Deus”.

Em Cristo, ensina o Papa João Paulo II, a misericórdia de Deus tornou-se particularmente visível. “Ele próprio a encarna e personifica; em certo sentido, Ele próprio é a misericórdia”. Conhece-nos bem e tem compaixão das nossas doenças e de tantas penas que a vida não raras vezes traz consigo... “Nós – cada um de nós – somos sempre muito interesseiros; mas Deus Nosso Senhor não se importa de que, na Santa Missa, exponhamos diante dEle todas as nossas necessidades. Quem não tem coisas que pedir? Senhor, essa doença... Senhor, esta tristeza... Senhor, aquela humilhação que não sei suportar por amor de Ti...

“Queremos o bem, a felicidade e a alegria das pessoas da nossa casa; oprime-nos o coração a sorte dos que padecem fome e sede de pão e de justiça; dos que experimentam a amargura da solidão; dos que, no fim dos seus dias, não recebem um olhar de carinho nem um gesto de ajuda.

“Mas a grande miséria que nos faz sofrer, a grande necessidade a que queremos pôr remédio é o pecado, o afastamento de Deus, o risco de que as almas se percam por toda a eternidade”. O estado da alma dos que convivem conosco deve ser a nossa primeira preocupação, o pedido mais urgente que elevamos diariamente ao Senhor, certos de que nos escutará.


fonte:http://hablarcondios.org/pt/meditacaodiariaseguinte.asp

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