sábado, 27 de outubro de 2012

A Graça Salvífica do Arrependimento


Pode um pecador, em um espaço de dez dias, ter um pleno arrependimento do seu pecado? Pela imensurável graça de Deus, ele pode.

No tempo do Imperador Maurício, havia um bandido conhecido na região em torno de Constantinopla. Tanto no campo como na própria capital, ele inspirou temor e tremor.
Então o próprio Imperador enviou-lhe uma cruz, como uma garantia de que ele não iria puni-lo se ele mesmo se entregasse. O bandido pegou a cruz e de fato se entregou.

Chegando em Constantinopla, ele caiu aos pés do Imperador e pediu o seu perdão. O imperador manteve a sua palavra, teve misericórdia dele e o deixou ir em liberdade.

Imediatamente após isso, o bandido ficou gravemente doente e sentiu que a morte estava próxima. Ele começou a se arrepender amargamente de todos os seus pecados e implorou a Deus com lágrimas para que o perdoasse assim como fez o Imperador.

Ele derramou tantas lágrimas em sua oração que o lenço que ele se enxugou ficou encharcado, e morreu após dez dias de choro e oração. Na noite da sua morte, o médico que estava o atendendo teve uma estranha visão em um sonho:

Quando o bandido na cama deu o seu último suspiro, uma série de pequenos homens escuros se reuniram ao redor dele, florescendo pedaços de papel em que seus pecados estavam escritos; e dois gloriosos anjos também apareceram.

Um par de escalas foi colocado no meio, e os pequenos homens escuros alegremente colocaram todos os pedaços de papel sobre ele, de modo que o seu lado da balança ficou carregado enquanto o outro estava vazio.

"O que podemos colocar?", os anjos perguntavam uns aos outros. "Vamos procurar algo de bom em sua vida". Então apareceu na mão de um dos anjos o lenço embebido com lágrimas de arrependimento. Os anjos rapidamente o colocaram em seu lado das escalas, e de uma vez superou o outro com todos os seus papéis.

Em seguida, os pequenos homens escuros fugiram,
gritando em angústia, mas os anjos tomaram a alma do homem e a levaram até o Paraíso, glorificando o amor de Deus pela humanidade.(O Prólogo de Ochrid, Vol. 4).


São Nicolau Velimirovic (1880-1956)
Traduzido para o Português por Serafim Welte.

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