quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A curiosidade segundo Santo Tomás de Aquino

Nesta época em que a TV Globo inicia o seu festival anual de inutilidade pública, com esse dito programa de meia categoria chamado BIG BROTHER BRASIL, vale a pena perguntar: O QUE UM SER HUMANO GANHA VENDO ESSE PROGRAMA?
Já se vão mais de 10 anos e a bobeira continua no ar, pois quem é que dá audiência para essa baixaria televisisa? Ouvimos as pessoas dizerem que a vida é corrida, não sobra tempo pra nada, nem para rezar. Mas por que não estão rezando o terço ao invés de assistirem a essa futilidade?
Vejam este artigo e pensem um pouco mais.
São Tomás de Aquino, no seu tratado sobre a temperança [1], aborda umSão Tomás A assunto ao mesmo tempo, tão interessante e agradável quanto atraente e fascinante: a curiositas. Analisemos o pensamento do doutor angélico a respeito de tal questão.
Em primeiro lugar, São Tomás distingue dois tipos de curiositas. Uma é aquela que diz respeito ao conhecimento intelectual e outra é aquela que toca no conhecimento sensitivo. O Aquinate, com a sua natural clareza e simplicidade, nos mostra que sendo o objeto a conhecer alheio às nossas necessidades espirituais e conveniências terrenas, pode facilmente ser nocivo à alma. Em outras palavras, o afã de conhecimento pelo mero prazer de dilatar nossa inteligência, pode levar à perversão do indivíduo, pois o aparta de seu fim último que é Deus Nosso Senhor.
Num segundo momento, o Teólogo indica os principais defeitos da curiositas, a saber:
1º) Quanto ao aspecto intelectual, é um vício o desejo de conhecer as coisas pelo mero prazer pessoal de autoprojeção ou, pior ainda, quando esse “conhecer” leva a pessoa a se considerar outro deus. Uma verdadeira abominação, contrária à reta razão. Nesse caso, o sujeito se esquece que a verdade capital é amar a Deus sobre todas as coisas e, mediante isso, salvar a própria alma. Resultado: há uma degringolada rápida e fatídica no abismo do intelectualismo, nascendo daí o ateísmo, ou seja, a negação da existência de Deus.
2º) Quanto aos sentidos, existe nos indivíduos uma natural tendência para querer conhecer as coisas que os rodeiam. Depois do pecado original, tais coisas podem facilmente converter-se em supérfluas ou até prejudiciais para a alma – por exemplo, um olhar indiferente que excita a concupiscência – nesse caso a curiosidade se transforma num vício, pois penetra no conhecimento para deturpá-lo. Cabe ressaltar que, muitas das vezes, as coisas criadas se apresentam de maneira apática e neutra, porém, no campo das tendências, podem exercer uma grande influência sobre os indivíduos, arrastando-os para o erro e a corrupção.
Resumindo, muitas vezes nos preocupamos com futilidades e tolices, colocando-as no centro de nossas vidas, em detrimento do próprio Deus que é nossa causa primeira e fim último. Dele viemos e para Ele iremos! De que adianta interessar-se pelas criaturas e esquecer-se do Criador?!
Via ARAUTOS DO EVANGELHO
Hernán Cosp – 3º Teologia

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