sábado, 26 de janeiro de 2013

Unção dos enfermos


 
A doença é um mal que acontece na vida de todo o ser humano e o afeta no mais profundo do seu ser. Na doença experimenta-se a limitação, fazendo com que a pessoa enferma se veja em meio à solidão, abatimento, preocupação, angústia e muitas vezes envolvido pela falta de esperança. Por outro lado, a doença põe em evidência tudo aquilo que é aparente e passageiro; mostra o que é verdadeiro e aquilo que realmente importa na vida.

O sofrimento é uma realidade misteriosa e desconcertante. Na doença somos chamados a olhar Jesus Crucificado e n’Ele encontrar a força para aceitar este mistério. A fé em Cristo nos ajuda a superar a dor; a fé ilumina, eleva, purifica e prepara para a Eternidade.

Como Sacramento tem por finalidade conferir uma graça especial ao cristão que experimenta as dificuldades próprias ao estado da enfermidade e da velhice. Antes do Concílio Vaticano II, se chamava “extrema Unção”, já que só era dada aos doentes perto do momento da morte e as pessoas ao ouvirem falar em Unção já pensavam: “o fim chegou”.

Às vezes nos vem à cabeça: “quando receber a Unção?” O apóstolo Tiago diz: “Se alguém está enfermo, chame os presbíteros da Igreja para que em nome do Senhor orem pelo doente e faça a Unção”... (cf. Tg 5: 14-15). Notamos que este Sacramento não é somente para os doentes que estão moribundos (as portas da morte), é também para os enfermos que tem uma grave enfermidade como, por exemplo, intervenções cirúrgicas motivadas por uma doença perigosa, acidentes graves, enfermidades crônicas, idade avançada.

Essa graça é concedida para dar ânimo e força ao enfermo ajudando-o a enfrentar a provação; a suportar a dor da doença; ajudando-o a encontrar mais confiança e, se for da vontade de Deus, promover o reestabelecimento da saúde. Através deste sacramento, a Igreja se dirige ao Senhor pedindo a salvação e o alívio para um de seus membros que padece, ao mesmo tempo, em que pede a paciência e a fortaleza para aqueles que acompanham e cuidam do enfermo.

Por ser um sacramento santificante, perdoa os pecados daquele que o recebe, pois conforme a possibilidade, o doente faz a sua confissão, fazendo ainda mais presente a misericórdia de Deus e recebendo consolo e paz para vencer as dificuldades próprias da fragilidade humana. É uma preparação também para o passo definitivo para eternidade, afinal não dá para tampar o sol com a peneira, sabemos que um dia morreremos. Assim sendo, a Unção oferece um escudo de defesa nos últimos combates frente ao problema enfrentado e junto com a Eucaristia é também chamado de “viático”, que prepara a pessoa para sua última viagem.

Tem por sinais sensíveis a matéria: unção com óleo santo abençoado pelo bispo na missa do Santo Crisma e a forma: oração própria para a Unção e também os efeitos já mencionados acima. A Unção é feita na fronte (testa) e mãos do enfermo, mas pode ser feita em qualquer parte do corpo, caso a necessidade pastoral exigir.

O Sacramento recorda o sagrado respeito que temos que ter pela vida, vida esta que há de ser ajudada nos momentos de dificuldades com as devidas atenções: a oração e a caridade dos familiares e comunidade cristã. É um chamado a ver no doente o próprio Cristo sofredor, que precisa de cuidado e zelo; é um pedido para criar ao redor daquele que sofre um ambiente de amizade, atenção e carinho, tão importantes para cada um de nós no decorrer de nossa existência terrena.

Que Deus todo poderoso traga o alívio e o conforto aos nossos doentes e conceda aos familiares e para aqueles que deles cuidam a paciência e amor para enxergar em cada um, a pessoa de Jesus.

 

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