terça-feira, 11 de agosto de 2015

Três regras para os leitores da Missa

A Palavra de Deus, na celebração litúrgica, deve ser proclamada com simplicidade e autenticidade. O leitor (proclamador), em resumo, deve ser ele mesmo a proclamar a Palavra sem artifícios inúteis. De fato, uma regra importante para a própria dignidade da liturgia é a da verdade do sinal, que afeta tudo: os ministros, os símbolos, os gestos, os ornamentos e o ambiente. Também é preciso solicitar a formação do leitor, que se estende a três aspectos fundamentais:

1. A formação bíblico-litúrgica

O leitor deve ter pelo menos, um conhecimento mínimo da Bíblia: estrutura, composição, número e nome dos livros do Antigo e Novo Testamento, seus principais gêneros literários (histórico, poético, profético, sapiencial, etc.). Quem vai ler na Missa precisa saber o que vai fazer e que tipo de texto vai proclamar.

Além disso, precisa ter uma preparação litúrgica suficiente, distinguindo os ritos e suas partes, e sabendo o significado do próprio papel ministerial no contexto da Liturgia da Palavra. Ao leitor corresponde não só a proclamação das leituras bíblicas, mas também a das intenções da oração dos fiéis e outras partes que lhe são designadas nos diversos ritos litúrgicos.

2. A preparação técnica

O leitor deve saber como chegar ao ambão e posicionar-se nele, como usar o microfone e o lecionário, como pronunciar os diversos nomes e termos bíblicos, de que maneira proclamar os textos, evitando uma leitura apagada ou enfática demais. Precisa ter clara consciência de que exerce um ministério público diante da assembleia litúrgica: sua proclamação, portanto, deve ser ouvida por todos. O "Verbum Domini" (Palavra do Senhor) com o qual termina cada leitura não é uma constatação ("Esta é a Palavra do Senhor"), mas uma aclamação repleta de assombro, que deve despertar a resposta agradecida de toda a assembleia, o "Deo gratias": "Graças a Deus". 

3. A formação espiritual

A Igreja não contrata atores externos para anunciar a Palavra de Deus, mas confia este ministério aos seus fiéis, porque todo serviço à Igreja deve proceder da fé e alimentá-la. O leitor, portanto, precisa procurar cuidar da vida interior da Graça e dispor-se com espírito de oração e olhar de fé. Esta dimensão edifica o povo cristão, que vê no leitor uma testemunha da Palavra que proclama. Esta, ainda que seja eficaz em si mesma, adquire também, da santidade de quem a transmite, um esplendor singular e um ministério atrativo.

Do cuidado da própria vida interior do leitor, além do bom senso, depende também a propriedade dos seus gestos, do seu olhar, do seu vestir e do modo de se pentear. É evidente que o ministério do leitor implica numa vida pública de acordo com os mandamentos de Deus e as leis da Igreja.

Ler na Missa é uma honra, não um direito!

Esta tripla preparação deveria constituir uma iniciação prévia à assunção dos leitores e, em seguida, deveria continuar sendo permanente, para que os costumes não se percam. Isso vale para os ministros de qualquer grau e ordem. É muito útil para o próprio leitor e para a comunidade que todo leitor tenha a coragem de verificar se ele tem todas estas qualidades e, caso elas lhe faltem, saber renunciar a esta função com honradez.

Realizar este ministério é certamente uma honra, e na Igreja isso sempre se considerou assim. Não é um direito, mas um serviço em prol da assembleia litúrgica, que não pode ser exercido sem as devidas habilitações, pela honra de Deus, pelo respeito ao seu povo e pela própria eficácia da liturgia.

Gelsomino del Guercio
Fonte: http://www.icatolica.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.