domingo, 14 de julho de 2013

IMAGENS PARA OS CATÓLICOS: VENERAÇÃO E ADORAÇÃO

Tema espinhoso e difícil de abordar, mas nós católicos precisamos superar este assunto e aprender a nos defender do ataque preferido dos protestantes.

É sempre a mesma "lengalenga": “ Vocês são idólatras”, “Vocês adoram imagens”, “Vocês estão no pecado”... e por aí vai. Nesta hora  não tem jeito, é respirar fundo e apelar para a paciência, não vale nem a pena argumentar com quem já tem discurso pronto. É jogar “pérolas aos porcos”.

Bem, sabemos que não somos idólatras e não ficamos presos ao versículo do Ex,20 1-6. Nós como bons cristãos lemos o capitulo todo, aliás lemos o livro todo, e sabemos que mais a frente o mesmo Deus que proíbe manda fazer, Ex 25,18.

Nossa Igreja é iconográfica, e se formos fazer uma breve visita ao passado saberemos que poucos eram os que detinham cultura, que sabiam ler e escrever. Os pobres nunca souberam, mas isso não os impediu de serem incluídos no plano da Salvação de Deus.

Gosto de lembrar uma passagem de um livro que li, e sempre que possível, recorro a sua leitura, talvez algum de vocês conheçam, caso contrário, procurem ler, é ótimo, “Médico de Homens e de Almas” Taylor Cadwell. Nele a escritora, no estilo de romance nos trás uma biografia de São Lucas, médico grego, autor do quarto Evangelho e do Ato dos Apóstolos, Evangelista dos gentios, das mulheres tão bem retratadas e lembradas, o Evangelista do Natal.
 
Lucas além da erudição grega, de ser médico, de família rica, tinha outras habilidades entre as quais a pintura. Tão logo pode, foi a Judéia recolher informações a respeito de Jesus, ouviu muita gente, os apóstolos, e quis escutar também a Mãe do Salvador, Maria. A primeira imagem de Nossa Senhora foi feita por Lucas, que a retratou em uma pintura, assim conta a lenda, e assim eu gosto de crer.

A catequese em imagens. Imaginem que a maioria do povo simples, iletrado, jamais conseguiria ser instruído na fé de não fosse por imagens. É tão comum vermos aquelas inscrições egípcias gravadas a milhares de anos em pedras, com desenhos, com imagens e deduzir a mensagem que querem passar.

Ao se ver diante de um quadro, hoje grandes obras de artes, podemos deduzir a história , o que aconteceu quem são aqueles personagens, o que estão fazendo... Meditar os quadros da Via Crucis  dentro de uma igreja, é a história contada em imagens.
 
Hoje tive uma aula de história contada em imagens quando entrei na igreja onde participo da celebração Eucarística, um conjunto de quadros do artista mineiro, Sinval Fonseca que ornam a não menos bela igreja de São Sebastião, uma inovação do ponto de vista litúrgico, no lugar da tão tradicional Via Crucis, os quadros em sequência contam a história da Salvação, desde seu inicio, até a consumação. Daria para ficar horas admirando a obra e meditando cada momento, cada lição.

Uma imagem para nós não é um “bezerro de ouro”, uma imagem para nós é uma lembrança, é uma inspiração, principalmente a dos Santos, eles servem de exemplo a serem seguidos, eles servem de refúgio na hora do desespero.

O próprio Deus se fez em imagem, afinal Jesus não é a imagem de Deus, que quis fazer o homem a sua imagem e semelhança, nós homens e mulheres não reproduzimos a imagem de Deus, quando geramos mais filhos para Ele?

O Pão e o Vinho consagrados não são a imagem de Cristo ressuscitado, esta imagem sim, esta nós adoramos.

Portanto caro irmão de fé, quando alguém lhe jogar na cara que você é um adorador de imagem, admita, mas admita confiante, que você adora sim, mas adora a imagem do Deus Vivo e Ressuscitado, e siga em paz com sua fé.
 
 
Mônica Romano é catequista em Belo Horizonte, Minas Gerais e colaboradora do portal Catolicismo Romano.

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