terça-feira, 3 de julho de 2012

Nossas paróquias sejam Discípulas Missionárias!


Queridos presbíteros e fiéis,

“Paróquia é comunidade de fiéis
submetida a um pároco”.
ou
“Território sobre o qual se estende
a jurisdição do pároco”.

Evangelizar foi a primeira missão que Cristo Ressuscitado confiou aos Apóstolos e consequentemente a toda a Igreja, Povo de Deus, e que exprime a sua razão de ser. Cristo, o Bom Pastor, foi o primeiro evangelizador e o fez com as suas palavras e sua vida. A Igreja como corpo de Cristo, evangeliza através das celebrações, da catequese, do testemunho, da proximidade e auxílio aos pobres, doentes, necessitados, indefesos. A Igreja guarda a memória e os ensinamentos de Jesus, celebra a sua presença de Ressuscitado e o anuncia no mundo: aos indivíduos, à comunidade e a toda a sociedade.

Nós estamos em uma grande cidade que atrai muitas pessoas e onde se estabelecem inúmeras relações humanas: intelectuais, culturais, religiosas, saúde pública, ecologia, de trabalho, de formação profissional, de comércio, de serviços diversos, de exploração de uns pelos outros, e outros. O grande desafio da evangelização é humanizar todos esses relacionamentos para que a pessoa humana seja considerada e tratada como o centro, o motivo e a finalidade de todas as atividades religiosas, sociais e políticas. Na Igreja e na cidade tudo o que seja planejado e feito, tenha sempre em vista o acolhimento e o desenvolvimento integral do ser humano que nasce, cresce e vive em uma família.

Para que nossas Paróquias possam responder como Igreja Viva, a todos estes desafios nesta grande cidade de Guarulhos, à qual o Senhor nos envia e nos confia, é preciso que nos preparemos e atualizemos continuamente. È fundamental que nos organizemos e nos ajudemos mutuamente como Diocese, como Forania, como Paróquia. Na Paróquia as diversas pastorais e serviços tenham sempre como objetivo último evangelizar e servir as pessoas no espaço em que vivem ou no espaço que freqüentam.

A Paróquia nasce da necessidade pastoral e a estrutura paroquial é muito antiga, vem desde o século IV, passou por diversas transformações à mediada em que a sociedade foi-se organizando sociologicamente. No Brasil a sede da Paróquia sempre foi a cidade com a sua Matriz e as Capelas para o atendimento dos pequenos povoados e da área rural. A Paróquia é confiada a um pároco pelo bispo e o pároco tem a missão de ensinar (anúncio da Palavra de Deus, homilia, catequese…), santificar (a Eucaristia, a Penitência e os outros sacramentos, exéquias…) e governar (visita aos doentes, às famílias, socorro aos necessitados, construção e manutenção dos templos, manter em dia e conservar adequadamente os livros de registro da vida espiritual da comunidade…), com o auxílio de outros padres, diáconos e dos fiéis. O Pároco deve residir na jurisdição da paróquia onde é administrador – não é proprietário. Os bens paroquiais e as tarefas pastorais devem ser administrados pelo Conselho Administrativo Paroquial e pelo Conselho Paroquial de Pastoral, em comunhão com a Administração Diocesana.

O Pároco é nomeado e empossado pelo bispo por um tempo determinada em vista da missão da Igreja de ensinar, santificar e governar o povo de Deus. O Pároco deve tornar presente a solicitude de Jesus que passou fazendo o bem a todos. É uma missão concreta, expressa no Sermão da Montanha (Cf. os capítulos Mt 5,6,7), missão tal que vai além e deve superar os gostos, disposições, devoções, costumes, crenças e projeções pessoais. Todos somos destinatários da Evangelização, como diz Santo Agostinho, somos ovelhas e somos pastores de Cristo.

A verdadeira satisfação do Pároco deve ser a de fazer dos seus paroquianos verdadeiros discípulos de Cristo, pessoas livres, com relações saudáveis e cheias de esperança na vida e que a Paróquia seja capaz de funcionar com a ausência dele. Na troca de um Pároco o povo deve estar preparado para continuar a sua vida cristã e atividades pastorais junto ao pároco que for nomeado. O novo Pároco deve continuar a missão da Igreja naquele lugar servindo a todos e sendo o construtor da unidade paroquial e regional.

O Concílio Vaticano II define a Evangelização como a razão da existência da Igreja, Povo de Deus, Corpo de Cristo, Sacramento da salvação, onde Ele é a cabeça e nós os membros, onde Ele é a Pedra Angular e nós pedras vivas dessa Construção. Para que se realize essa Igreja, é preciso fazer da Paróquia uma Comunidade de Comunidades, com seus conselhos, seus catequistas, suas lideranças, sob a orientação do Pároco que é o elo de unidade entre os ministérios e a atividade missionária que todos devem cultivar e da qual todos devem participar. Entre as organizações pastorais devem aparecer com vitalidade máxima a Liturgia e a Catequese.

Muitas vezes uma comunidade tem início em uma garagem, em barracões, mas na medida em que a Comunidade experimenta a ação de Deus na vida de seus membros através da catequese e da liturgia, consequentemente desabrocham muitos dons, tais como o terreno, a consciência do dízimo (fruto de maturidade de fé e compromisso pessoal com a Comunidade), a construção do templo e todos os ministérios necessários para que a comunidade seja a Igreja Viva de Jesus Cristo. O Pároco, na Paróquia rede de comunidades é que fomenta e favorece a comunhão entre todas as forças vivas da paróquia, onde deve acontecer a inter-comunhão entre elas na troca de experiências, no incentivo e ajuda mútua, quer no campo espiritual, pastoral e mesmo financeiro.

Caminhemos em amor e unidade ajudados pelo estudo do Diretório dos Sacramentos em nível de clero, para que em todas as nossas Paróquias os fiéis recebam as mesmas coisas de Deus e caminhem na mesma direção de fazermos da Igreja o que Cristo definiu “vós sois o sal da terra, vós sois a luz do mundo, vós sois o fermento na massa” (cf. Mt 5,13ss). Que as visitas pastorais sejam para todas as Paróquias e comunidades da Diocese, um tempo de graça e de despertar para a Pastoral de Conjunto e para a renovação de nossas responsabilidades pessoais, eclesiais e sociais.

Com as bênçãos e a estima de
+ Joaquim Justino Carreira
Bispo Diocesano

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.