A doença é um mal que
acontece na vida de todo o ser humano e o afeta no mais profundo do seu ser. Na
doença experimenta-se a limitação, fazendo com que a pessoa enferma se veja em
meio à solidão, abatimento, preocupação, angústia e muitas vezes envolvido pela
falta de esperança. Por outro lado, a doença põe em evidência tudo aquilo que é
aparente e passageiro; mostra o que é verdadeiro e aquilo que realmente importa
na vida.
O sofrimento é uma realidade misteriosa e desconcertante.
Na doença somos chamados a olhar Jesus Crucificado e n’Ele encontrar a força
para aceitar este mistério. A fé em Cristo nos ajuda a superar a dor; a fé
ilumina, eleva, purifica e prepara para a Eternidade.
Como Sacramento tem por finalidade conferir
uma graça especial ao cristão que experimenta as dificuldades próprias ao
estado da enfermidade e da velhice. Antes do Concílio
Vaticano II, se chamava “extrema Unção”, já que só era dada aos doentes perto do
momento da morte e as pessoas ao ouvirem falar em Unção já pensavam: “o fim
chegou”.
Às vezes nos vem à
cabeça: “quando receber a Unção?” O apóstolo Tiago diz: “Se alguém está
enfermo, chame os presbíteros da Igreja para que em nome do Senhor orem pelo
doente e faça a Unção”... (cf. Tg 5: 14-15). Notamos que este Sacramento não é
somente para os doentes que estão moribundos (as portas da morte), é também
para os enfermos que tem uma grave enfermidade como, por exemplo, intervenções
cirúrgicas motivadas por uma doença perigosa, acidentes graves, enfermidades
crônicas, idade avançada.
Essa graça é concedida
para dar ânimo e força ao enfermo ajudando-o a enfrentar a provação; a suportar
a dor da doença; ajudando-o a encontrar mais confiança e, se for da vontade de
Deus, promover o reestabelecimento da saúde. Através deste sacramento, a Igreja
se dirige ao Senhor pedindo a salvação e o alívio para um de seus membros que
padece, ao mesmo tempo, em que pede a paciência e a fortaleza para aqueles que
acompanham e cuidam do enfermo.
Por ser um sacramento
santificante, perdoa os pecados daquele que o recebe, pois conforme a
possibilidade, o doente faz a sua confissão, fazendo ainda mais presente a
misericórdia de Deus e recebendo consolo e paz para vencer as dificuldades
próprias da fragilidade humana. É uma preparação também para o passo definitivo
para eternidade, afinal não dá para tampar o sol com a peneira, sabemos que um
dia morreremos. Assim sendo, a Unção oferece um escudo de defesa nos últimos
combates frente ao problema enfrentado e junto com a Eucaristia é também
chamado de “viático”, que prepara a pessoa para sua última viagem.
Tem por sinais sensíveis a matéria: unção com óleo santo abençoado
pelo bispo na missa do Santo Crisma e a forma:
oração própria para a Unção e também os efeitos já mencionados acima. A Unção é
feita na fronte (testa) e mãos do enfermo, mas pode ser feita em qualquer parte
do corpo, caso a necessidade pastoral exigir.
O Sacramento recorda o sagrado respeito que temos que ter pela vida, vida esta que há de ser ajudada nos momentos de
dificuldades com as devidas atenções: a oração e a caridade dos familiares e
comunidade cristã. É um chamado a ver no doente o próprio Cristo sofredor, que
precisa de cuidado e zelo; é um pedido para criar ao redor daquele que sofre um
ambiente de amizade, atenção e carinho, tão importantes para cada um de nós no
decorrer de nossa existência terrena.
Que Deus todo poderoso traga o alívio e o conforto
aos nossos doentes e conceda aos familiares e para aqueles que deles cuidam a
paciência e amor para enxergar em cada um, a pessoa de Jesus.
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